terça-feira, 3 de março de 2009

Filme: Gallipoli


Gallipoli nos leva a várias reflexões. Pois é um filme de guerra que dói na alma. Nele, ou por ele, temos as Guerras que muito pouco sabemos. Muitas delas, em pequenos parágrafos nos livros escolares. Ou, quando nos vêem com a história de que não houve derramamento de sangue. Ou até, quando há, dizem terem sido necessário. Perguntar o porque de haver guerras, não cabe aqui essa reflexão. Mas sim em como recrutam os jovens. Em como eles entram nela.
A Batalha de Gallipoli aconteceu durante a Primeira Grande Guerra. Jovens australianos e neozelandeses foram recrutados sem saberem qual seria de fato a sua missão. Pelo menos, se é que isso possa ser um atenuante, mas enfim, pelo menos os kamikases sabiam o que iriam fazer. Mas esses rapazes não. Foram movidos por ideais patrióticos, por acreditarem que isso lhes daria um emprego melhor, que teriam uma outra vida… Enfim, pelo prazer de uma nova aventura. Mas foram enganados de maneira vil. Sem a menor consideração pelos ingleses. É chocante a desfaçatez deles.

Esse filme é mais um a mostrar o quanto a guerra é estúpida. E tal do fogo-amigo das guerras atuais, é fichinha perto do que os ingleses fizeram a esses jovens.
Quem seriam esses jovens recrutas? De um lado, um grupo meio entediados no trabalho. Dentre eles, o jovem Frank (Mel Gibson). Num outro lado, o bem mais jovem Archy (Mark Lee). Em comum com ambos, o gosto pelas corridas. Se para Archy, via nela sua profissão de fé. Para Frank, a corrida era uma chance a mais de obter dinheiro. Mas em vez da corrida rivalizá-los, ela os uniu. O prazer sentido nesse esporte, a camaradagem, e sobretudo o respeito pelas diferenças entre eles foi o que consolidou de vez a amizade desses dois.

Archy era um sonhador. Frank tinha um olhar mais realista do que estava a sua volta. Numa gíria atual, era o mais safo. O inesgotável bom humor de Archy, por vezes deixava Frank contrariado. Mas quem não gostaria da companhia de alguém bem humorado? Eu gosto! Até porque sou assim. Se vêem nisso até uma frieza perante a dor… Archy mostra a todos que não. Que há nisso um modo estóico de ser. O tempo não deu tempo de verem que se pode balancear os dois modo de encarar as vicissitudes da vida. Até para avançar mais na vida, e não na morte…
O título do filme, Gallipoli, é por ser o nome da Península onde ocorreu a Batalha…

Um fime que mesmo contando uma triste história do que os homens são capazes de fazer, fica um querer ver de novo. Além da história desses dois jovens. Por ter sido feito com tanto esmero. Fotografias de tirar o fôlego! Trilha sonora que emociona! Atuações brilhantes! Cenas que ficarão para sempre na memória; e entre elas, o final do filme. Dou nota 10!
Por: Valéria Miguez (LELLA).

Gallipoli (Gallipoli). 1981. Austrália. Direção: Peter Weir. Elenco: Mel Gibson (Frank Dunne), Mark Lee (Archy Hamilton), Bill Kerr (Jack), Harold Hopkins (Les McCann), Charles Lathalu Yunipingli (Zac), Heath Harris (Stockman), Ron Graham (Wallace Hamilton), Gerda Nicolson (Rose Hamilton), Robert Grubb (Billy), Tim McKenzie (Barney), David Argue (Snowy), Brian Anderson (Railway Foreman). Gênero: Drama, História, Guerra. Duração: 112 minutos.



Frases:



E assim Mogli sentou e chorou como se o seu coração fosse partir-se. Em toda a sua vida ele nunca havia chorado. "Agora, eu irei até os homens", disse ele.


"Adeus, os anos são uma canção quebrada,
e o certo se torna fraco na luta contra o errado,
os lírios da paixão tem uma mancha avermelhada,
e os velhos tempos jamais voltarão."
Setembro de 1917

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