quinta-feira, 30 de julho de 2009

Filme: O Homem Elefante

Um filme muito interessante pra quem quer aprender a enxergar as pessoas sem preconceitos ou distinções quer sejam culturais, raciais, religiosas, etc. Não digo que é um "filmaço", mas sim uns 90 minutinhos de uma dura lição sobre o assunto. Baseado em fatos reais e filmado em 1980 (em preto e branco). Segue a sinopse e alguns comentarios da crítica:


Sinopse:

A história de John Merrick (John Hurt), um desafortunado cidadão da Inglaterra vitoriana que era portador do caso mais grave de neurofibromatose múltipla registrado, tendo 90% do seu corpo deformado. Esta situação tendia fazer com que ele passasse toda a sua existência se exibindo em circos de variedades como um monstro. Inicialmente era considerado um débil mental pela sua dificuldade de falar, até que um médico, Frederick Treves (Anthony Hopkins), o descobriu e o levou para um hospital. Lá Merrick se liberou emocionalmente e intelectualmente, além de se mostrar uma pessoa sensível ao extremo, que conseguiu recuperar sua dignidade.




Crítica:

O Homem-Elefante é um belo ensaio sobre o que nos define como seres humanos. Se diante do comentário de Sartre que o olhar dos outros nos coisifica, ficamos com a observação de Merleau Ponty que diz que é no nosso olhar para o outro que encontramos nossa humanidade.



Curiosidades:

Baseado em manuscritos do dr. Frederick Treves ("O Homem-Elefante e outras reminiscências" de Sir Frederick Treves e, em parte, no "Estudo da Dignidade Humana" de Ashley Montagu), o anatomista que o descobriu em um circo de aberrações e o internou em um hospital, vivido nas telas pelo premiado Anthony Hopkins (de "O Silêncio dos Inocentes"), traz John Hurt no papel principal e Anne Bancroft, como a Sra. Kendal, outro importante personagem na vida de Merrick.

O verdadeiro nome do Homem-Elefante era Joseph Merrick, e não John Merrick. A troca de Joseph por John foi feita por Frederick Treves em seus manuscritos, por motivos desconhecidos.




Poema escrito por Isaac Watts que Joseph Merrick usava em suas cartas:

"De facto, a minha aparência é algo medonha,
mas censurar-me é censurar a Deus.
Pudesse eu recriar-me novamente,
não te decepcionaria.
Pudesse eu abarcar o mundo de pólo a pólo
ou abraçar o oceano num amplexo,
seria medido pela minha alma,
a base da mente do homem."



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