sábado, 4 de abril de 2009

Frases do Filme: "Cruzada"



"O Reino de seu irmão ficava aqui (na consciência) e aqui (no coração). Tal Reino nunca se renderá."


"como ela foi condenada à ir para o inferno se ainda está no meu coração?"


"- Você é louco, irás para a morte certa!

- Toda morte é certa..."


" Que homem é homem se não tenta melhorar o mundo?"




Filme & Reflexão


Ficha do filme:


O Lutador/The Boxer
De Jim Sheridan, Irlanda-EUA, 1997.
Com Daniel Day Lewis, Emily Watson, Brian Cox, Ken Stott, Gerard McSorley, Kenneth Chanham
Fotografia Chris Menges
Roteiro Jim Sheridan e Terry George
Música Gavin Friday e Maurice Seezer
Produção Hell’s Kitchen, Universal
Cor, 113 min.


O roteiro é primoroso, alternando a saída de Danny Flynn da prisão (Daniel Day Lewis, excelente como sempre) com a vida de Maggie (Emily Watson) e seu pai, apresentado como chefe supremo do IRA, e o próprio momento histórico da Irlanda. Há um momento, com uns dez minutos de filme, em que a câmara se fixa no rosto de Danny Flynn, deitado numa cama de asilo para a primeira noite fora da prisão depois de 14 anos, em que pensei: mas será que ele vai dar um flashback para explicar por que o personagem estava preso? Não, não dá, ao contrário do que se poderia esperar, ao contrário do que seria mais cômodo. Não; os roteiristas Jim Sheridan e Terry George são safos demais, experientes demais para cair na saída cômoda. Eles seguem em frente com a narrativa, deixando para o espectador, pouco a pouco, ir juntando os pedaços da história, dos 14 anos que se passaram antes do início da ação.
Em primeiro lugar, trata-se de uma ficção - e fala da guerra entre irlandeses e ingleses que ainda estava acontecendo, e que não se sabe onde iria dar, a tentativa de uma trégua na luta secular. Não se trata de não condenar a intervenção estrangeira armada; claro, a condenação está lá, o tempo todo. Mas trata-se, sobretudo, de ir mais fundo, de fazer autocrítica, de questionar: afinal, estamos nós (este é o ponto de vista do filme e de seus autores), irlandeses católicos e republicanos e separatistas, preparados para viver uma trégua em nome da possibilidade da paz, com tudo o que isso implica - inclusive ceder um pouco, inclusive esquecer os crimes que eles, os ingleses e os protestantes, praticaram no passado, em nome de um futuro melhor?




Reflexões:


Um filme aparentemente simples em seu roteiro porém, se o telespectador possuir uma visão bastante aguçada certamente irá perceber que os maiores ensinamentos estão contidos nos diálogos mais simples, onde as circunstâncias e os olhares dizem mais que as palavras... Em um certo momento do filme após o personagem Danny Flynn ter percebido que realmente amava Maggie (sua namorada de 14 anos atrás), ele vai de encontro à ela para dizer tudo isso... e maggie nos seus devaneios diz: "Não somos mais crianças...". E Danny Flynn com toda aquela certeza lhe diz: "Somos! Ainda Somos!" Ele diz isso mesmo tendo seus trinta e poucos anos, como querendo lhe mostrar que ao se reencontrarem, mesmo tendo passado 14 anos, não mudara nada. Que eles ao se encontrarem ainda se sentiam aqueles mesmos adolescentes imflamados de paixão e amor... simplesmente sublime o roteiro... porque certamente esse ensinamento abrange todo nosso ser. Quando deixamos a criança dentro de nós ir embora, toda a magia da vida se perde... É preciso ser criança para para ver a beleza que há em tudo, pois somente com um coração puro e com a certeza de que tudo podemos todos nós saíremos vitoriosos de nossos objetivos, nossa felicidade.